Prendem ao ex-chefe de gabinete de Lula, José Dirceu, pelo escândalo na Petrobrás
O ex-homem forte do PT foi alvo de uma nova série de detenções da Operação Lava Jato; ele cumpria prisão domiciliar por outro caso de corrupção: o mensalão
Dirceu foi homem forte de Lula em seu primeiro mandato
O ex-chefe de gabinete de Lula Da Silva, José Dirceu, foi preso esta manhã em sua casa em Brasília pela Polícia Federal, como parte de outra série de prisões na investigação de corrupção na petrolífera estatal brasileira Petrobras, segundo a imprensa local.
O ex-homem forte do Partido dos Trabalhadores (PT) é um dos presos no marco da 17ª fase da Operação Lava Jato, a investigação sobre o mega escândalo de corrupção que espirra no governo. Esta fase foi denominada "Pixuleco", um termo que, segundo o proprietário da empresa de construção UTC, Ricardo Pessoa, foi usado pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, para falar sobre os subornos, informa O Globo.
Pessoa, acusado no caso, fez um acordo de delação premiada para reduzir sua sentença. Dirceu, 69, foi preso logo após as 6:00 na casa onde vive com sua esposa e uma de suas filhas, onde cumpriu prisão domiciliar durante seis meses, depois de um ano e meio na prisão pela corrupção do mensalão, escândalo envolvendo o suborno de parlamentares do primeiro governo Lula.
O ex-chefe do PT foi transferido para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília e será levado para Curitiba, onde se realiza o processo de hoje. Segundo os investigadores citados por O Globo, a Justiça ordenou a prisão preventiva do ex-ministro.
A partir da Casa Civil, Dirceu controlava todas as alavancas do poder desde 2003, quando Lula assumiu, até 2005, quando ele foi forçado a renunciar por causa do escândalo de subornos que levou à prisão parlamentares.
Dirceu foi um dos líderes do PT condenados em 2012 de montar entre 2003 e 2005 um complexo esquema de subornos mensais a parlamentares da oposição para apoiar projetos do governo Lula. O dinheiro veio de fundos e recursos públicos para campanhas eleitorais. Ele foi condenado a 10 anos e 11 meses de prisão neste processo.
A polícia ainda não apurou as suspeitas levantadas contra Dirceu no caso Petrobras, que recaem sobre dezenas de grandes e médios empresários cerca de cinquenta políticos, que em sua maioria pertencem base de apoio do presidente, também do PT, Dilma Rousseff.
Segundo a imprensa local, Dirceu recebeu dinheiro de uma vasta rede de corrupção enraizada na Petrobras, que de acordo com os balanços da empresa, estimadas em cerca de 2 bilhóes de euros entre 2004 e 2014.
Nos últimos meses, depois que seu nome foi mencionado pela imprensa como provável envolvido nessas irregularidades, Dirceu solicitou junto ao Supremo Tribunal três habeas corpus preventivos em que ele solicitou não ser preso nesta operação, alegando que já cumpre regime de prisão domiciliar.
No entanto, o Supremo rejeitou cada uma dessas demandas e autorizou a polícia hoje a sua transferência para a prisão, a pedido do juiz Sergio Moro, que é responsável por investigações do Petrolão.
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